quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

"A cidade e as serras"




















Há poucos anos fiz uma viagem até Espanha. De regresso quando entrei em Portugal pela Beira-Baixa era de noite. Do escuro campestre da estremadura espanhola passámos a viajar num imenso clarão de luz artificial, parecia que estávamos a entrar numa gigantesca metrópole.


Olhei à volta e dificilmente identifiquei a paisagem que percorria, havia um imenso e indecifrável vazio. De vez em quando uma casa, entre as casas um espaço abandonado. Um imenso desperdício de infraestruturas (esgotos, de agua canalizada, de gás, de electricidade, de telecomunicações, estradas) ocupam o nosso campo, pensei eu.


Perguntei-me para que servia aquilo tudo, tantos metros de tempo e energia, tanto campo destruído. Perguntei-me também se são as nossas cidades que têm vergonha do campo ou o nosso campo que tem vergonha da cidade? Perguntei-me ainda se não deveríamos antes ter vergonha da nossa vergonha?

Hoje li um artigo que trata muito bem do assunto:

http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS_OPINION&id=409453


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